sexta-feira, 30 de novembro de 2018

Francisco Seixas da Costa. Outra vez


Nestes dias encontrei, no JN, um texto curioso pela sua honestidade. Da autoria de

28 Novembro 2018 às 00:22
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Enganei-me
"Há três anos, para surpresa de alguns, coloquei reticências à fórmula encontrada por António Costa para envolver forças políticas mais à esquerda no apoio a uma solução minoritária de governo do PS.
Havia três razões para os meus receios. Por um lado, o efeito externo que essa solução poderia vir a desencadear nos mercados económicos e financeiros, com impacto na recuperação da débil situação portuguesa. (Há quem se esteja "nas tintas" para os mercados, mas essas pessoas fazem parte de quantos sabem que nunca terão a responsabilidade de garantir a subsistência financeira do país). A segunda razão tinha a ver com a fiabilidade dessas mesmas forças políticas, no suporte a um executivo que se previa fosse defrontar, como defrontou, a acrimónia de quem se sentia desapossado do poder. (Também sei que algum tropismo ideológico considerava isto uma irrelevância, porque a "maioria de esquerda" era o seu sonho eterno, "e depois logo se veria"). Acrescia, finalmente, a imprevisibilidade de um novo presidente da República, cuja base natural assentava em quantos então regressavam à oposição.
As coisas correram bastante bem. Surfando uma conjuntura europeia e internacional favorável, António Costa cumpriu a promessa de respeitar os compromissos financeiros que Portugal tinha subscrito na Europa. (Claro que há quem ache que o país deve "romper" com aquilo que assinou, porque a irresponsabilidade é um produto barato, mas o barato quase sempre sai caro). Os parceiros foram, no essencial, fiéis àquilo que tinham garantido, da mesma forma que o governo, pagando algum preço político (no caso das reversões das privatizações, por exemplo), mostrou cumprir com a palavra. O presidente foi uma agradável surpresa: demonstrou sentido de Estado e elevado espírito de cooperação.
O Parlamento estava assim certo quando escolheu este modelo. Pelas sondagens, concluir-se-á que o país, maioritariamente, está satisfeito. Eu estava errado.
Há dias, passou o 25 de novembro, data que, estranhamente, alguns teimam em erigir em trincheira com que pretendem fazer uma leitura "autêntica" do 25 de Abril. É uma atitude típica de vencidos inconsoláveis, de saudosos de algo que afinal, os reais vencedores daquela data não deixaram que acontecesse: a ilegalização do PCP. Na realidade, ver hoje as forças políticas que um dia foram tentadas por uma via revolucionária integradas numa solução democrática e constitucional de governo é talvez a verdadeira vitória do 25 de novembro."
*EMBAIXADOR

Ao fim de três anos depois de ter manifestado os seus receios pelo sucesso da geringonça do Costa, reconhece Seixas da Costa que se tinha enganado. Muito bem, pensei!

Mas lembrei-me de um outro texto de uma outra "sentença" de Seixas da Costa, esta em 26 de Maio de 2017 no mesmo JN.

Realismo e juízo

26 Maio 2017 às 00:00

"Haverá alguém, no seu perfeito juízo, que acredite que o qualificativo dado por Wolfgang Schäuble a Mário Centeno - "o Ronaldo do Eurogrupo" - é algo mais do que uma arrogante "boutade"? Só alguma saloiice lusitana é que acha que a "teoria económica" da "geringonça" é vista com admiração nos círculos preponderantes no Eurogrupo. É claro que eles podem achar curiosos os resultados obtidos, mas ninguém os convence minimamente de que tudo não decorre de um acaso pontual. Para eles, trata-se apenas de um "desenrascanço" conjuntural, fruto de alguma acalmia dos mercados, do efeito das políticas temporalmente limitadas do BCE, do salto das exportações (que entendem nada ter a ver com a ação do Governo), do surto do turismo (por azares alheios e sorte nossa, como o "milagre do sol"), bem como do "pânico" da Oposição em poder ver Passos & Cia de volta, desta forma "engolindo sapos" e permitindo ao PS surpreender Bruxelas com o seu seguidismo dos ditames dos tratados. Ah! Eles também constatam que a política de estímulo do consumo acabou por não ser o "driver" anunciado do crescimento. E que tudo o que foi feito está muito longe das imensas reformas que eles consideram indispensável, nomeadamente no regime laboral e nas políticas públicas mais onerosas para o OGE (Saúde, Educação, Segurança Social, Fiscalidade), por forma a promover uma redução, significativa e sustentada, da dívida. É assim uma grande e indesculpável ingenuidade estar a dar importância à "boca" do cavalheiro alemão!
Também só a crendice paroquial concede um mínimo de plausibilidade à ideia de Mário Centeno vir a chefiar o Eurogrupo. Conhecidos os desequilíbrios doutrinários no seu seio, passa pela cabeça de alguém (pelos vistos passa!) que venha a ser escolhida uma pessoa que tem titulado uma linha em aberto contraponto com o sentido do "mainstream" que domina aquele fórum? Mesmo que houvesse interesse em ter um socialista para no lugar (dado o excesso de gente do PPE, hoje um pouco por todo lado), esse "socialista" teria sempre de ser (ou ficar) do tipo de Dijsselbloem, isto é, uma voz ventríloqua de Schäuble. E, se acaso isso fosse possível, que interesse podia ter para nós? Colocar Centeno a ter de desdizer-se face ao passado recente, vocalizando, contra o seu sucessor, aquilo com que não concorda? E com que "cara" ficaria António Costa, depois de ter publicamente assegurado que apoiaria o espanhol Luis de Guindos? Conheço-o suficientemente para ter a certeza de que se não prestaria à trampolinice de Durão Barroso, quando se locupletou com a presidência da Comissão Europeia, depois de tanto "entusiasmo" revelado com a candidatura de António Vitorino.
Paremos assim para pensar e, entretanto, tenhamos juízo."
* EMBAIXADOR

Com o destaque em letras gordas de que:

"Só a crendice paroquial concede um mínimo de plausibilidade à ideia de Mário Centeno vir a chefiar o Eurogrupo."

Acontece que não me apercebi de que Seixas da Costa tenha já dado a mão à palmatória por tanto desdém a Centeno e sua circunstãncia. No entanto como a ciclo de retratação é de três anos pode ser que ainda apareça se é que não apareceu ( o desfazer dos enganos)! 

Mas já em Dezembro de 2017 Seixas da Costa suaviza o seu discurso sem aludir ao que tinha afirmado antes. Ver


Destacando
“O prestígio de Mário Centeno no Eurogrupo foi conseguido numa lógica de medidas que não eram óbvias”, afirma Francisco Seixas da Costa, secretário de Estado dos Assuntos Europeus nos governos de António Guterres, entre 1995 e 2001. “Centeno cumpriu o que disse, o que forçou ao seu reconhecimento pela Alemanha e o ministro Wolfgang Schäuble”, prossegue o diplomata recordando o epíteto de “Ronaldo das Finanças” ao ministro português do seu homólogo germânico. No entanto, Seixas da Costa é prudente. “Não acredito numa mudança  europeia em relação à ortodoxia económica, Mário Centeno ganhou espaço, mas não acredito que a Europa admita que havia uma alternativa, mas sim que era possível uma terapia menos dolorosa nesta segunda fase do tratamento”, adverte. Dito de outro modo: “eles [UE] não consideram que a primeira terapia foi errada, mas que é possível um amortecimento das políticas.” E termina com ironia: “afinal Centeno não servia para chefe de gabinete de estudos do Banco de Portugal e serve para presidente do Eurogrupo.” Uma referência à oposição do governador Carlos Costa a que o actual ministro das Finanças assumisse aquela responsabilidade no banco central. Contudo, Francisco Seixas da Costa antevê na eleição de Mário Centeno um passo numa reconciliação da Europa com os países do Sul. “Não pondo em causa o trajecto, mas demonstrando que se pode ir por outro caminho numa austeridade soft”, explica. Neste processo, os dois anos de contactos políticos de António Costa, para além do limitado campo da família socialista europeia, foram decisivos."

Evitando assim o incómodo da sua primeira posição se o mais que improvável fosse para a frente.

Coisa que não aconteceu com o desgraçado (sem graça) do Marques Mendes que meteu os pés pelas mãos para justificar os seus disparates. Ver a partir do dia das mentiras em Abril de 2017.


Ver também 


Acontece que não acho que Seixas da Costa seja da mesma laia de Marques Mendes! Espero!

tone do moleiro novo - o chato!


domingo, 18 de novembro de 2018

Eu vou plantar uns eucalipto. Versão Original

Brasileira! Como não poderia deixar de o ser!

https://www.youtube.com/watch?v=WTOaJm2a_8Y


Esta dica devo-a ao meu amigo Francisco Vaz.

Na versão do  Jads e Jadson o problema era conseguir dinheiro para engatar a garota.

Na versão portuguesa deve ser conseguir dinheiro para pagar aos jornais. E as páginas 27, 28, e 29 d'O EXPRESSO de ontem, devem ter custado uma nota preta. (verde sulfato no caso!)

lopesdareosa

sexta-feira, 16 de novembro de 2018

Eu vou plantar uns eucalipto.


No passado dia 19 de Outubro publiquei um comentário à noticia de que o Nosso Presidente Marcelo se tinha entretido a arrancar eucaliptos! 

Ver o Video em  https://www.rtp.pt/noticias/pais/presidente-da-republica-arrancou-eucaliptos-em-vouzela_v1105465?fbclid=IwAR2jgLsKBmimAi-drCsyrrz1tfviGNliwVzlmCJqJfs2az3Vw-0Rl2y7EC4


- Nessa altura comentei "NO QUE ELE SE FOI METER". E mais disse (eu) "OS MEUS AMIGOS CELULÓSICOS VÃO GAFÁ-LO"



Eis senão quando, anteontem, aparece, em todos os jornais que li, o esperneanço de que eu já estava à espera!. Subscrito por certa academia, por certa indústria, por certo poder local, por certos antigos governantes e outras (certas) personalidades e por certos produtores florestais. 


Uma coisa também é certa, a "fileira" deve ser rentável. Pelo menos dá para pagar publicidade ( certamente paga) nos principais órgãos de comunicação escrita ( três páginas completas).

É caso para dizer!

EU NÃO VOS AVISEI???

lopesdareosa


quinta-feira, 15 de novembro de 2018

EL PAÍS

EL  PAÍS é um periódico, dos nossos amigos castelhanos, mundialmente conhecido.

No passado dia 25 de Outubro publica uma arenga de  com o título de: 

                                                                       Hispanidad ¿mala palabra?

Ver em 

Com saliência para 


"Gracias a la llegada de los españoles, América Latina pasó a formar parte de la cultura occidental y a ser heredera de Grecia, Roma, el Renacimiento y el Siglo de Oro"




Aqui Vargas LLosa, faz a apologia do papel "civilizador" da Espanha por terras de índios.
 ( aquilo a que chamámos "Américas".)

Numa coisa Vargas Llosa acertou. Localizou no tempo um tal "Século de Ouro" que se refere àquele que foi roubado aos Incas e Aztecas!

E o roubo e a matança, ninguém duvida, faz parte da cultura ocidental herdeira da Grécia, de Roma e do Renascimento.

Mas o problema é que o coelho tem uma visão do mundo ao avesso do caçador. E eis senão quando uns esclarecidos de Los Angeles decidem arriar uma estátua de Colombo. E o curioso é ler a notícia do acontecimento assim das como dar conta dos fundamentos para tal feito!

E nesse mesmo EL PAÍS
Ver em 
Desta vez que subscreve é 



lopesdareosa

segunda-feira, 5 de novembro de 2018

Despovoamento


E quanto ao despovoamento seria de atentar nas palavras de Miguel Sousa Tavares no Jornal das 8 na TVI em 15 de Outubro de 2018. ( Ao minuto 1:06:00)

https://tviplayer.iol.pt/programa/jornal-das-8/53c6b3903004dc006243d0cf/video/5bc4fa140cf20b3df8c064e9

Da minha parte dois reparos:

MST deixou passar o pormenor que nesse tempo, dos Cavacos, dos Álvaros Barretos, dos Mira Amarais, já andava por aí um outro Álvaro chamado Álvaro Amaro que então chegou, em 1987, a  Secretário de Estado da Agricultura do XI Governo Constitucional. E o curioso é que este mesmo senhor hoje é, ou arvora-se em sê-lo,  o paladino da luta contra o despovoamento e o abandono do interior. Especialista nisto mesmo não duvido que o seja!

Também e posteriormente a esta intervenção de MST, teve este comentador um apoio de peso daquele que desdenhava dos comentadores! 

Precisamente de Marcelo Rebelo de Sousa. Nada menos que do Presidente da República. 

Ver

https://www.noticiasaominuto.com/pais/1100749/marcelo-pede-para-se-evitar-aumento-irreversivel-de-eucaliptos


Vá lá! A coisa está a evoluir!

Tone do Moleiro Novo - O Chato

quinta-feira, 18 de outubro de 2018

Germano Silva

O  TERREIRO  DA  SÉ ( do Porto)

Também poderia ser o titulo que, aliás, é o titulo da Crónica  de Germano Silva na edição do JN deste último domingo. Ver a seguir!







































Como é habitual dá-nos, Germano Silva, uma "fotografia andante" de um Porto ao mesmo tempo já desaparecido com um Porto ainda existente! E surgem aos nossos olhos palavras que são autênticas imagens daquilo que o Porto é com outras daquilo que já foi!

No entanto faltou a Germano Silva uma informação deveras importante para compreender a situação privilegiada, sobranceira ao Douro, desse mesmo Terreiro e da seu papel histórico num dos acontecimentos mais dramáticos que o Porto enfrentou. Refiro-me ao Cerco do Porto  ( D. Pedro e seus apoiantes cercado pelas tropas de seu Irmão Miguel  no século dezanove. Decerto ) e suas batalhas.

Pois fora nesse espaço estratégico, precisamente ali, que foi instalada a defesa anti-aérea, ( das forças de D. Pedro.)

Esta preciosa informação histórica foi dada em 2016.

Ver tudo em 

http://lopesdareosa.blogspot.com/2016/10/luis-pedro-martins.html

Cumprimentos a todos os intelectuais. E aos outros também!
Tone do Moleiro Novo - o Chato!



domingo, 30 de setembro de 2018

Morreu Manuel Branco de Azevedo


Li há dois dias um comentário no youtube dizendo de Branco de Azevedo que restasse em paz!

Pensei ser engano!

Ontem fui a Lavradas na companhia do meu Amigo Zé Maria Barroso!

Encontrei o meu também amigo Araújo de Cunhas.

- Morreu o Branco de Azevedo. Me disse:

Afinal já o sabia!





Tive o mesmo arrepio que tivera na pessoa do Nelson de Covas e do  Sargaceira!

Olhamos para certas personagens como se fossem eternas.

Este 45 rotações do qual tenho um exemplar, foi determinante na companhia das minhas concertinas! 

Quando atirarem as minhas cinzas ao mar levem um gira discos a pilhas e ponham lá as músicas do Carvalhal, do Delfim, do Pêta, do Sargaceira, do Cunha, do Vilarinho, do Branco de Azevedo, do Marinho, do Cachadinha e de tantos outros das noites gloriosas do Alto Minho, algumas das quais tive a felicidade de compartilhar!

lopesdareosa

sábado, 29 de setembro de 2018

quarta-feira, 26 de setembro de 2018

Amada Garcia Fuzilada

Romance de Amada Garcia

que pariu por ser amada

e deu tal brado o seu feito
que até foi condecorada
meteram-lhe de chumbo quente
doze medalhas  no peito

não foi assim de repente
demorou essa função
tremeu a mão no gatilho
aos homens do pelotão

Dá-me um abraço meu filho
Não disse Amada Garcia
Não disse nem tal podia
Não o tinha no seu colo
Nessa parte de mulher
Que seu filho amamentara

Chamava-se Gabriel
Filho de Amada Garcia
que amada ainda seria 
pelo seu filho fiel
no silêncio até que um dia
as muralhas do Quartel
abriram em liberdade
e o filho da saudade
da mãe que não conhecera
vai na campa pôr flores
sem perguntar aos senhores
do Templo pra tal licença

E não se dá pela presença
ninguém testemunha o feito
aparecem de tal jeito
as flores na campa rasa
todos sabem ninguém diz
que aquele infeliz
que não teve mãe em casa
nesse gesto não se atrasa

Mas o próprio Gabriel
um dia parte também
não demanda à sua mãe
porque é que o abandonara
E ela que não chorara 
enfrentando o pelotão
não se queixou da razão
do que lhe acontecera
na luta pela qual morrera

Não há flores na muralha
nem memórias da metralha
com que fora fuzilada
Amada Garcia amada
por sê- lo pariu um filho
e não tremeu o gatilho
na derradeira função
os homens do pelotão
ensombrados por tal feito
meteram-lhe de chumbo quente
doze medalhas no peito

(vou contando este sucesso pra que o  saiba toda a gente)



Tone do Moleiro Novo
dedico este meu texto ao TINO BAZ da Guarda símbolo de uma Galiza pela qual vale a pena lutar.

sexta-feira, 21 de setembro de 2018

Limpeza da Bouça de S. Mamede



Limpeza da Bouça de S. Mamede

No passado dia 22 de Agosto de 2018 recebi um telefonema dos serviços Administrativos da Junta de Freguesia de Areosa, pelas 15H34 - tlm 937 404 127 -  instando-me que tinha que limpar a Bouça do Moleiro Novo em São Mamede pois que teria a Autarquia recebido algumas queixas de que o terreno não tinha sido limpo.

Acontece que toda a Bouça fora limpa no inverno de 2016/2017 conforme vídeo realizado por esta altura e do qual dei conhecimento, via Baldio de Areosa,  ao Gabinete Técnico Florestal da Câmara de Viana do Castelo e Junta de Freguesia de Areosa entre outros.    (28 de Julho de 2017)

Ver em https://www.youtube.com/watch?v=NmCrFohcUUs&t=9s





Do estado em que ficou tanto é o testemunho desse vídeo como o presencial das Técnicas da Associação Florestal de Vale do Lima, Engas. Dulce e Cristina que, na minha companhia, passaram no local. Tendo-lhe eu explicado que quem realizara o trabalho fora a minha pessoa auxiliado apenas por uma foucinha de cortar erva.

Acontece no entretanto e porém que é publicada em ainda em 2017 a lei tal que obriga os proprietários em certas circunstâncias a limpar os terrenos até a um tal dia tal, prolongado depois até ao dia tal, já neste ano de 2018.

- Mas qual a necessidade então de limpar outra vez aquilo que tinha sido limpo no ano anterior? 

Atira-nos esta questão para duas observações:

A primeira é a periodicidade da limpeza que se deve fazer no monte. Na tradição de Areosa essa periodicidade era de cinco em cinco anos. Isto nos terrenos em que a Autarquia tinha superintendência. No caso de terrenos particulares dependia da necessidade de matos que cada um tinha. Assim tanto poderia ser de cinco em cinco anos como noutro intervalo mais curto, qualquer

A segunda é que se houver todos os anos uma lei que imponha essa limpeza desses terrenos se faça até uma determinada e de uma maneira total, essa limpeza só poderia ser feita com recurso a uma empreitada com uma equipa de trabalhadores que a terem de ser pagos acarretariam encargos que em dois ou três anos excederiam o valor da própria propriedade.

Assim a solução intermédia é proceder a uma limpeza contínua no tempo, que faz com que  na área da bouça haja sempre áreas  por limpar outras em regeneração natural e outras em processo.

Assim sendo pediria desde já à Junta de Freguesia de Areosa que fosse fornecido este esclarecimento a todos os que porventura se queixem na Autarquia de que a Bouça do Moleiro Novo não está limpa. Na certeza porém  de que na altura coloquei o seguinte letreiro no Portão da Bouça do Moleiro Novo





e ninguém apareceu para me ajudar. ( É mais fácil apresentar queixa à Junta.)

Por ironia do destino A Escola EB1 com a colaboração do Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental da Câmara de Viana do Castelo, realizou um filme a que chamou  
A Fia do Bosque Desgrenhado.









































Nesse filme os participantes movimentam-se no meio dos molimes, espécie  dominante que a haver necessidade de serem eliminados para cumprir a Lei a Limpeza, esta teria que se realizar duas vezes por ano. 

( O restante material encontrado em certas áreas de reduzida dimensão, não passam de exemplares pontuais de silvas, mato e giestas, espécies protegidas. Evidentemente!)
Acontece que se eu tivesse limpo atá ao tutano toda a Bouça e deixado o terreno no osso,  onde é que a Escola e o Ambiente da Câmara encontrariam o tal bosque desgrenhado para filmar a Fia???
























Na imagem as Feiticeiras no Bosque desgrenhado

De realçar que do tal Ambiente da Câmara não foi feito qualquer reparo ao estado de limpeza do terreno. Antes pelo contrário agradeceram a disponibilidade do proprietário constando uma referencia especial do ENG (!) António Lopes na própria ficha técnica do Filme. Sendo até salientado na própria apresentação do filme o estado natural em que foram encontrar a área, ideal para a realização de tal filme.

Mais ainda. Esse agradecimento foi-me enviado pessoalmente. Ver o respectivo protocolo.




Quanto à limpeza em processo ela continuará ( não necessito de Leis que me imponham um determinada data  limite para que continue a fazê-la ) pois como é do conhecimento geral eu não abandonei nem abandonarei a bouça em S. Mamede à espera que a Lei me impusesse ou imponha  um limite para limpá-la.

Este ano e antes das Festa de S. Mamede, removi um pinheiro que se encontrava a obstruir a entrada tendo sido limpa algumas áreas adjacentes. Já depois da Festa foi removido, junto ao muro Sul, um outro pinheiro que se encontrava derrubado por um temporal. Mais uma área foi limpa. Mais recentemente e junto ao muro que parte com o Adro de S. Mamede, foram cortadas diversas giestas e algum mato envolvente. O trabalho continuará dando a volta pelo Norte até encontrar de Novo o Portão de entrada virado a Poente.

Pela Primavera a bouça estará limpa outra vez, para recomeçar a limpeza no ponto de partida. Nessa altura farei uma coisa que não fiz nesta última oportunidade. Enviarei  um pedido de auxilio às autoridades, a saber GTF da Câmara de Viana  e ao Ministério de Agricultura para que me seja pago o meu trabalho em prol daquilo que se considera fundamental na prevenção e combate aos incêndios que é limpar as matas.

( ás tantas vão lá inspeccionar e levarei sopas pois no entretanto os molimes, matos e giestas já estarão o suficientemente crescidos para argumentarem que afinal a bouça não estaria limpa)

No entretanto sou ameaçado com a Lei que se não proceder à limpeza sou coimado!

Resumindo. A prática do Estado nessa prevenção poderá resumir-se a este Slogan -

- LIMPEM AS MATAS SE NÃO APANHAM UMA MULTA

Preferiria que fosse

- LIMPEM AS MATAS QUE O ESTADO COMPENSA-OS

Pois que para o combate ao fogo  não falta dinheiro para pagar a bombeiros, aviões, sapadores e outros doutores.

Aos donos dos terrenos é que não chega nenhum. Mesmo que limpem!

Dizem que não conhecem os donos. Mas conhecem para mandar a conta do IMI. 

E no combate ao fogo ninguém pergunta quem são os donos. 

( Nem bombeiros e aviões pedem documentos antes de despejar água!)

Este argumento é muito curioso pois para passar multas acabam por demonstrar precisamente o contrário!

E aquilo que mais me phóde é o paleio!

Rés non Verba faria bem a muita gente!

tone do moleiro novo

sábado, 8 de setembro de 2018

São Bartolomeu, São João d'Arga, Peneda, Bonança, Feiras Novas.


Já há um ano me pronunciei sobre o assunto! 

Ver 

http://lopesdareosa.blogspot.com/2017/09/feiras-novas-de-ponte.html

E no título ordenei a sequência pelo calendário normal dessas festas. Para mim as Festas Maiores.

E havia um tempo, um cheiro, uma atmosfera que faziam com que nas últimas se sentisse as colheitas, o vinho novo - mesmo assim feito de véspera - que os Cachadinhas se apressavam a servir. E havia o Cheiro a Cidra, tanto da doce como da já fermentada que umas Senhoras vendiam nos portais de um celeiro que havia por detrás da Havaneza!

E o remate acontecia no TEMPO certo, por alturas do litúrgico de Nossa Senhora das Dores.

Acontece que os de Ponte resolveram atirar a festa de Nossa Senhora das Feiras Novas para cima das da Bonança em Âncora. Em anos extremos para cima das da Peneda como foi o caso de ano passado e como sucedeu este  ano.

Com a situação mais que caricata de, no ano passado, terem resolvido bater não sei que recorde de concertinas precisamente na noite grande da Peneda. De seis para sete de Setembro.

O deles e nosso também Conde de Aurora, deve estar ainda a revolver-se na tumba!

O que mais me dana é que a também Nossa Igreja colabore com os disparates do poder temporal, alterando a sua liturgia apenas porque uns senhores de Lisboa resolvem acabar com os feriados. Coisa que também aconteceu com os de Ponte com o calendário de Nossa Senhora das Dores.

Seguindo Monção que passou o Corpo de Deus de Quinta para Domingo os de Ponte passaram a Vaca das Cordas de Quarta para Sábado.

Neste caso tudo voltou ao normal.

Espero que também aconteça com as Feiras Novas.

Melhor dizendo com as Festas de Nossa Senhora das Feiras Novas.

Isto no dizer do nosso saudoso amigo Virgílio Camelo a quem devo esta saídeira

- Não há festas como as Festas de Nossa Senhora das Feiras Novas - me dizia ele quando nos despedimos, no jardim de D. Fernando pelas oito horas da madrugada de uma de tantas (outras) heróicas noites de Ponte.

tone do moleiro novo


domingo, 12 de agosto de 2018

Quem nasceu primeiro?

 - O ovo??? 

ou  

- A galinha???

Esta questão, a que agora dou resposta, tem atormentado gerações de sofistas. Ou melhor dizendo;  gerações de sofistas têm atormentado outras tantas de papalvos com este aparente círculo vicioso sem solução.

É evidente que quem apareceu primeiro foi a galinha. 

Por duas razões!

A primeira, por razões Bíblicas. Os textos sagrados falam, em determinada altura, que Deus criou os animais. Em lado nenhum nas escrituras consta que Deus tenha posto ovos!!!

E na ideia que eu faço de Deus não cabe a imagem de um ser superior de cócaras!

A segunda razão é pura e simplesmente científica. 

As primeiras células vivas multiplicavam-se por "mutilação". 

Só muito mais tarde a mãe natureza "inventou" essa coisa da reprodução ovípara!

Nota da redacção. A transcendência desta observação, conseguida durante o esforço tremendo que fiz numa posição muito semelhante à de Bocage, não ao vento mas em sítio mais abrigado, fez-me correr para esta página antes que a concorrência intelectual publicasse primeiro!

tone do moleiro novo

segunda-feira, 23 de julho de 2018

Miguel Conde Coutinho

Querem saber mais vão a...

https://lopesdareosa.blogspot.com/2018/07/a-evidencia-das-citacoes-ou-as-citacoes.html

lopesdareosa

A evidência das citações ou as citações da evidência.

Não sou muito de citações!


No entanto dou valor a todos os que manifestam um particular poder de síntese ao condensarem numa frase aquilo que, se fosse eu a explicar, necessitaria de preencher um A4.


Logo um dos "aforismos" mais notáveis que encontrei

" Era um fulano tão pequeno, tão pequeno .... que não lhe cabia a menor dúvida"

O curioso é que nem sei a origem de tal. No entanto há diversas personagens a quem esta vestimenta lhes assentaria que nem uma luva. Destaco uma em quem isto se verifica com a particularidade de ela própria, a personagem, ter reconhecido isso mesmo. Dispenso-me de a explicitar dado que não utilizo esta prateleira para guardar lixo.

Mas há outras

"Mesmo que a realidade resplandeça sempre se baterão os homens na ténue fronteira das interpretações"

Ou aquela.

"Tristes os nossos dias em que a própria evidência tem de ser demonstrada."

Assim ou mais ou menos no dizer daqueles autores que julgo serem Espanhóis.

Tudo isto também porque nestes dias li Rentes de Carvalho no EXPRESSO  ( quinta feira dia 19 de Julho )

"Infelizes... aqueles .... que inutilmente se esforçam por lutar contra a poderosa corrente da parvoíce, pois dominante como já é na sociedade, bem se dispensava vê-la também abençoada pelos que governam, e levanta sérias dúvida sobre o desenvolvimento cerebral e as capacidades intelectuais dos mesmos"

que termina citando Schiller (1759-1805) nos avisou, de que 

“Contra a ignorância até os deuses lutam em vão”.

Até Lug acrescentaria eu!

Acontece que neste sábado 21 de Julho, no JN,   li Miguel Conde Coutinho sobre a  a Verdade citando Hannah Arendt




Que pode ser lido na íntegra e em Inglês em:

https://idanlandau.files.wordpress.com/2014/12/arendt-truth-and-politics.pdf


"The chances of factual truth surviving the onslaught of power are very slim indeed; it is always in danger of being maneuvered out of the world not only for a time but, potentially, forever.
 Facts and events are infinitely more fragile things than axioms, discoveries, theories – even the most wildly speculative ones – produced by the human mind; they occur in the field of the ever-changing affairs of men, in whose flux there is nothing more permanent than the admittedly relative permanence of the human mind’s structure. Once they are lost, no rational effort will ever bring them back. Perhaps the chances that Euclidean mathematics or Einstein’s theory of relativity – let alone Plato’s philosophy – would have been reproduced in time if their authors had been prevented from handing them down to posterity are not very good either, yet they are infinitely better than the chances that a fact of importance, forgotten or, more likely, lied away, will one day be rediscovered."

Mas Miguel Conde Coutinho vai mais longe e ele próprio dita uma "sentença" que não fica atrás de todas as outras citadas.

"A verdade, ou a verdade que sobra depois de todas as outras, é realmente assunto do Homem e é assunto sério, tão sério quanto a História - que quase sempre é mais um conjunto de verdades circunstanciais do que a circunstância registada como verdade. Mudar a narrativa a seu favor é um objectivo inscrito no código genético do poder..." etc...etc...etc 

(A seguir, nesta prateleira, virá qualquer coisa em que tudo será mais compreensível)

lopesdareosa