quinta-feira, 22 de novembro de 2012

PONTE DE ARIOZA

Na realidade trata-se da Ponte sobre o Rio do Pégo logo a sul do apeadeiro de Areosa. Fotografia da CP nos fins do século dezanove que viajava com as carruagens num conjunto de quadros retratando sítios de itinerários, nuitos dos quais  o desemborbimento fez  desaparecer.

Oferta do Chico Franco quinze dias antes de morrer.

Lopesdareosa

quarta-feira, 21 de novembro de 2012

BAILES DO CALDO VERDE NO CASINO DE AFIFE

O meu primeiro baile no Casino de Afife foi em 1964. Ainda me tocou aquela visão.

As raparigas de Afife sentavam-se nas cadeiras do salão vestidas com os seus fatos ricos, ditos à lavradeira. E apenas as que se assim se apresentavam tinham esse direito.

Mas não fui o único nem o primeiro a dar de caras com aquela colorida ferradura.

De Areosa e cerca de uma dúzia de anos antes, já tinha chegado a esses ares o Francisco Franco - Chico Móca para os da Terra.

Na fotografia e com o seu impecável fato claro, ladeado pelas,

Rosalina das Maçães
Matilde do Martinho
Amélia das Maiatas

           então mocidade e já  senhoras de Afife quando tiveram comigo a especial delicadeza de me permitirem publicar, com este texto, a sua imagem doutros tempos.

Do Chico Franco é uma surpresa que faço aos seus familiares e conhecidos.

Com as minhas memórias de um amigo que não me avisou que ía morrer quinze dias depois de me ter oferecido o quadro do combóio no apeadeiro de Areoza!


Lopesdareosa

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

JULINHO DA CONCERTINA

Soube dele pelos jornais. Fui ter com ele à Flagueira na Quinta da Lage. Veio a Viana. Veio a Afife. Estivemos na Barrenta.

Santiago - Cabo Verde - Funáná - Ferro Gaita.

O Emigrante Julinho! Toca o Emigrante para mim!


Trocámos de concertina para a fotografia.
Julinho! ainda tenho a mesma concertina e o mesmo RX.

Um Abraço

Lopesdareosa

quarta-feira, 14 de novembro de 2012

VAI SAIR ASNEIRA


VAI SAIR ASNEIRA

Como se vai esgotando o léxico disponível para arranjar motivos para nos irem ao fardamento alguém se lembrou agora que era necessário refundar o Estado. Em primeiro lugar é necessário saber se se trata do Estado Portugal ou se do Estado de Portugal. Depois não se sabe se o verbo empregue significa  tornar mais fundo aquilo que já o é ou  se, num sentido mais tropo, quer dizer que temos que refazer (talvez corrigir) aquilo que o nosso D. Afonso Henriques fez e que lhe valeu aquela alcunha que eu aprendi a respeitar na escola primária.

Vai daí, toca a diminuir o número de Juntas de Freguesia! Para diminuir os gastos. Dizem.

Por agregação sem que as freguesias se extingam!!!! Também dizem!

Há quem argumente que a oposição a esta reforma é o comodismo de quem não quer que se faça algo. Ora este, tanto generoso como falso generalismo, não tem que conduzir necessariamente ao triunfo da asneira.

Depois não acredito que se vá poupar grande coisa!

- Na junção das freguesias A, B e C onde vai ser a capital?
- Como vai ser isso decidido?
- Vão passar para lá todos os arquivos e administrativos?
- Vão construir uma nova sede para o mega executivo?
- Vai ser na B que fica a meio?
- Terão então as pessoas de A e C de se deslocar a B para tratar do atestado de    residência?

Responderão que tudo fica na mesma. Nos mesmos edifícios com os mesmos serviços. Assim sendo teremos um mega executivo itinerante que se deslocará de freguesia em freguesia  para despachar.
- E vão fazê-lo de graça?
– Vão andar a pé ou apresentam a conta da gasolina?  Perguntarei eu a quem defende  que esta reforma será para poupar dinheiro aos contribuintes.

- Quem serão os candidatos a ter o triplo de trabalho a troco do mesmo dinheiro???
- Como vão ser as reuniões de Junta e de  Assembleia?
- Vai tudo a correr para a capital B?
- Vai haver assembleias sectoriais?
- Não irão ser criadas mega Autarquias afastando os centros de decisão e apoio administrativo das pessoas e do terreno?
 – Quando tanto se fala em regionalização e descentralização?
- Vai haver um orçamento único A+B+C em que os rendimentos da Freguesia A vão ser    compartilhados por quem nunca teve direito a eles sejam da B e/ou da C?
- Vai haver orçamentos um para cada freguesia A, B e C?
- Quando houver um conflito de interesses entre a Freguesia A e B quem, como e    porque vias vai patrocinar a queixosa?
– A Mega Autarquia A+B+C  que representa    também a freguesia demandada?

Querem criar monopólios em cima de  uma mixórdia  daquilo que é diverso. Arquétipos e idiossincrasias que vêm de tempos anteriores à nacionalidade e que foram o fermento da mesma.

Falam na tal massa critica, consequente à agregação, que permitirá mais isto mais aquilo. Ora essa massa crítica já existe mesmo sem agregação. E tem um enquadramento e uma superintendência que é o Órgão Municipal. Dito por outras palavras; nada haverá que possa ser feito dentro e por efeito  da tal  agregação que não possa ser feito sem ela.

É proposto agora que Areosa se agregue a Monserrate, Santa Maria Maior e Meadela!

Acontece que Areosa nasceu atlântica sem nada a ver com a Vianna ribeirinha que lhe é posterior no tempo. Na criação da Villa foi incumbida Areosa de fornecer a Vianna  produtos agrícolas e de esgotar as fossas da ribeira. Remanesceu até há bem pouco tempo o direito ancestral que o Zé do Reguinho tinha de ir apascentar as vacas para o Campo do Castelo. Tivemos que pagar foro. Tivemos que aguentar com o betão e cimento armado na campina até Camboelas.

Areosa atlântica e rural tem mais a ver com Carrêço e com Afife, por sê-lo, que com as ribeirinhas Monserrate e Santa Maria Maior. Talvez a Meadela tenha mais afinidades com estas. Mas isso é uma questão  dos da Meadela. Um dia destes da ruralidade da Meadela teremos apenas a visão  do faz de conta das lavradeiras em parada da Senhora d’Agonia para turista ver. O resto serão urbanizações da quinta disto ou daquilo!

Acontece que Areosa é ainda e ainda bem, predominantemente rural. A sua área urbana ocupa somente  um quinto  da sua área total. A sua veiga, apesar de mutilada a sul, continua a ser o seu Ex-libris. E reparem que foi e está integrada num Perímetro de Emparcelamento com as veigas de Carrêço e Afife. Que eu saiba ou note não emparcelaram a veiga de Areosa, nem com as leiras de Abelheira que restaram (as quintas já foram à vida), nem com o Campo da Penha, nem com o Campo do Forno, nem com a tapada dos Mártires das Ursulinas. Tanto menos que, roubada esta aos cregos, por uma paleo-versão da POLIS no fim do século dezanove ( versão liberal/tardio ou pré-republicana, como queiram), já desde então foi condenada ao loteamento e à cantaria.

É Santa Maria de Vinha anterior, como a Meadela, à criação da Villa de Vianna. O Bolonhês, no foral da Villa, deixou-as de fora, não por acaso. Areosa ainda e ainda bem, predominantemente rural será absorvida pela urbe, pelo burgo, pela pobra de que nunca fez parte. Os da Meadela talvez não se importem!

Acaba-se com a independência, autonomia, com a alma de Freguesias mais antigas que a nacionalidade.

Areosa mutilada e espoliada nos últimos duzentos anos irá desaparecer definitivamente.

- Quem sairá vencedor nas eleições para a novel mega Autarquia senão aqueles que     beneficiem do maior peso eleitoral das freguesias Santa Maria Maior e Monserrate?
Ou seja os de Areosa correm o risco de  serem arredados do seu espólio tanto histórico como documental e mesmo patrimonial. Assim como do controlo e usufruto dos seus rendimentos.

- Querem agregar?
Agreguem Santa Maria Maior e Monserrate já que em tempos foram uma e só coisa! Não chateiem os vizinhos nem criem conflitos artificiais.

Aparecem agora duas propostas. Uma agrega Areosa e a Meadela a Viana deixando independentes Barroselas e Carvoeiro. Numa segunda versão Areosa fica independente mas obriga à agregação de Barroselas a Carvoeiro. Esperneando os de Areosa dirão os de Carvoeiro e Barroselas
.– O que é que temos a ver com isso?
E Vice Versa.
Ou seja; tanto direito têm uns como os outros de se defenderem sem que haja necessidade desse fratricídio. Ou seja, a proposta também é uma maneira absurda  de nos porem uns contra os outros. 

Querem alterar valores históricos por via administrativa!

 - Por que é que defendendo menos estado, os seus representantes querem impor uma   divisão a régua e esquadro cozinhada nos gabinetes em Lisboa?

- Por que é que não deixam as comunidades fluir normalmente no tempo?

- Por que não aprovam uma lei quadro de união de Freguesias e que se juntassem as que    muito bem isso democraticamente decidissem?

- Porque é que não entregam a gestão das Freguesias a entidades não pagas?

Vão aqui à vizinha Galiza para ver como é. Não há Juntas de Freguesia mas no entanto e apesar disso é respeitada a identidade e independência das paróquias

Voltemos à refundação. Por este andar,  e no limite, no tal refundar o que o Fundador fundou, os nossos governantes irão propor  que se rasgue o tratado de Zamora e o de Alcanizes e decretar a agregação de Portugal à Espanha, tendo em conta que, na mesma linha de raciocínio, pouparíamos dinheiro nessa agregação. E como os Espanhóis gastam menos com a Reinação que nós com a Presidência, para poupar ainda mais,  seria a monarquia a comandar as tropas com o João Carlos à frente. Este tem já uma vantagem em relação aos Filipes – fala português sem sotaque!
Pelas ruas de amargura ficaria o nosso Duarte de Bragança, mas sempre poderia orgulhar-se de ser primo afastado do Rei de Portugal.

CONCLUSÃO
Contam os de Afife que numa reunião anual do Casino em que estava presente o Engraciano, um outro associado pediu a palavra ao Presidente da Mesa. Conhecendo a estirpe logo o Engraciano se adiantou à intervenção do dito outro para proclamar em tom enfático a arrastado
- Vai sair asneira!
É evidente que a coisa deu para rir devagarinho por conhecimento de todos daquilo que o Engraciano era capaz e ao mesmo tempo por respeito ao dito outro associado. Mas o melhor estava para vir. O tal associado fez a sua intervenção, defendeu os seus pontos de vista e acabou tenho dito. Mal acabou ouviu-se o Engraciano!
- Eu não lhes disse!!!

Estou na mesma.
Quanto à criação de mega confrarias de fregueses, vai sair asneira!
Não digam depois que não os avisei!

LOPESDAREOSA

segunda-feira, 5 de novembro de 2012

PARA ONDE VÃO AS VACAS?


Do JN de 15 de Outubro deste ano um caso espantoso. O Presidente da Câmara de Vila do Conde, um dos Concelhos maiores produtores de leite, não sabe o que há-de fazer ás vacas!

 Coisa mais estranha quando vinda do Presidente de uma Edilidade responsável pelo PDM (Se é que Vila do Conde o elaborou e aprovou.)

A Solução é simples!

Que vá de Freguesia em Freguesia do Concelho. Que vá de aldeia em aldeia do Concelho e que ponha as vacas nos espaços reservados pelo PDM para instalação de infraestruturas de apoio à lavoura ou à agricultura. Como queiram!

Infraestruturas de aparcamento de máquinas.
Infraestruturas de aparcamento de gado.
Infraestruturas de aparcamento da produção.


- Vai uma aposta que no PDM de Vila do Conde nada disso está previsto????


Nem neste nem nos outros!

Ah! Grande protecção do mundo rural que passa antes pelo sacrifício de quintas e mais quintas ao betão e cimento armado!

Tone do Moleiro Novo

domingo, 4 de novembro de 2012

MORDOMIA EM SANTA MARIA DE VINHA DE AREOSA

Por volta de 1958 fez-se a Festa de S. Sebastião.

A minha irmã diz que é ela. A Sãozinha da Baeta diz que como é mais velha que a minha irmã, esta não pode ser e seria em data anterior. No entanto havia as mordomas e a Juíza da Festa. Num sei! Alguém me ajude!

Todas as outras estão identificadas, A do Óleo pá Luz, a Júlia da Enguina, a Deolnda do Lero, a Isabel da Bigaira e a mais velhada Parauta. Passavam em frente à Serralharia Franco e curiosamente, nenhuma trajava.

Lopes dareosa

AMAVA AFIFE

Sobre quem, publiquei um texto em 15 de Março de 2011,

ver
http://lopesdareosa.blogspot.pt/2011/03/vivian-hunter-lees-ela-amava-afife.html)

inglês que, depois de se apaixonar por Afife, morreu de véspera. Não sem que tivesse manifestado o que está assumido na sua lápide.
Mas nessa altura tive o cuidado de colocar um "Ele" antes da confissão para evitar confusões. Se fosse uma "Ela" seria Vivianne!

Encontro agora em

http://luradogrilo.blogspot.pt/2012/08/o-poeta-e-esquecida.html

Um texto muito bonito sobre o mesmo personagem que passo a transcrever com os devidos respeitos pelo autor.

Quote

O Poeta e a Esquecida

Ali, além do sopé de Montedor em Carreço (Viana do Castelo) coberto nesta altura por uma penugem lilás e amarela, fica Afife. Afife tem o seu Cemitério e no Cemitério está a sepultura de Pedro Homem de Mello (a seu pedido). É um bloco de granito amarelado de várias toneladas com duas fendas triangulares a formar uma Cruz  protegido por uma cobertura de vidro.

Ao lado está outra campa mas muito mais simples. Diz o nome, ano de nascimento e morte. O nome: Vivian Hunter Lees. Uma frase por baixo com duas palavras: "Amava Afife". Uma floreira, com talvez 16 orifícios, estava praticamente vazia. Um único buraco tinha  uma ressequida camélia, colhida dentro do Cemitério, que eu lá deixei vai para muitos meses. Afife decididamente não parece amar Vivian Hunter Lees a qual decerto também estará longe e esquecida da respectiva família.


Unquote

Assim sendo o título deste texto deveria ser:
O POETA E O ESQUECIDO

Com os meus cumprimentos.
Lopesdareosa

quinta-feira, 1 de novembro de 2012

LICENÇA DE ISQUEIRO

Não é inédito. Mas tropecei numa que me ofereceu o meu amigo Cunha da sala de desenho de electricidade dos ENVC.



Fica cá como reforço para quem não acreditar.

Tone do Moleiro Novo

ROBERT SANTIAGO


Encontrei-o em Arsèguel no ano de 1994.

Tirei esta fotografia na varanda do restautrante da LLuiza.

Estou de costas para o Cadi.

A visão do monte vai também no postal que de lá trouxe nesse ano.

Saudades minhas da música deste espantoso  acordeonero de Orleans que sabe mais de música latino-americana que os latinos e americanos juntos.

Saudades minhas de José Porta, que nesse ano me recebeu como se me conhecesse desde sempre.

Saudades minhas e uma garrafa de muralhas à familia de José Porta.

Visca Catalunha

Lopesdareosa